O movimento feminista se proliferou através de novos grupos em todas as grandes cidades brasileiras e assume novas bandeiras como os direitos reprodutivos, o combate à violência contra a mulher, e a sexualidade.
Nesse exemplo de demanda por inclusão de um segmento como sujeito político do feminismo, o que percebemos em termos de estratégias é que a relação entre igualdade e diferença percorre um caminho mais ousado que o anterior (das jovens feministas), no sentido de que busca igualdade na afirmação de uma diferença aparentemente "biológica", o sexo masculino, portanto, a identidade masculina em oposição à feminina, através da inclusão de uma igualdade discursiva que afirma "se me sinto feminista, então posso ser uma". O paradoxo da diferença sexual aqui é utilizado ao revés, ou seja, ao invés de afirmar a diferença sexual, fortalece a possibilidade de trânsito dos lugares instituídos pelos/nos corpos como masculino e feminino. Donna Haraway comenta essa condição de fluidez, a partir da metáfora do ciborgue:
Alguns anos depois, em 24 de Fevereiro de 1932, no governo de Getúlio Vargas, é garantido o sufrágio feminino, sendo inserido no corpo do texto do Código Eleitoral Provisório (Decreto 21076) o direito ao voto e à candidatura das mulheres, conquista que só seria plena na Constituição de 1946. Um ano após o Decreto de 32, é eleita Carlota Pereira de Queiróz, primeira deputada federal brasileira, integrante da assembleia constituinte dos anos seguintes.
Falar sobre o movimento feminista é também falar em termos e conceitos que nem sempre fazem parte do nosso cotidiano. Alguns nem aparecem nos dicionários, outros não têm tradução para o português. Mas conhecê-los é fundamental para entender melhor o feminismo. Veja os principais:
Outro grande avanço conquistado pelo movimento feminista, foi o direito à licença maternidade remunerada, previsto na CF em seu artigo 7, inciso XVIII, recentemente alterado de 120 para 180 dias.
O Fórum de Mulheres Jovens Feministas contou com mais de cem jovens de toda a América Latina e do Caribe. O momento, considerado de articulação, foi importante porque ali se discutiram as demandas, especificidades e estratégias das jovens feministas. Entre as demandas, as jovens destacaram:
Este texto discute as tensões em torno da legitimidade dos sujeitos políticos feministas brasileiros, na interface com as noções de democracia e autonomia. Para tanto, realiza sua análise em consonância com dados da etnografia do 10º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 2005, em São Paulo. Esse espaço é tido como importante seara de constituição dos pensamentos e ações do movimento feminista no Brasil e na América Latina.
O movimento feminista traz em sua trajetória grandes conquistas que muitas vezes passam despercebidas aos nosso olhos. Porém, a caminhada ainda é grande quando se pensa em respeito aos direitos da mulher e igualdade entre os gêneros.
O discurso oficial do movimento feminista no 10º Encontro traz a "pluralidade" como termo agregador das políticas internas e das estratégias externas e internas de constituição de pautas, de diferentes segmentos. Dessa forma, pretende assegurar direitos para cada um dos distintos grupos e, ao mesmo tempo, deflagra as dificuldades inerentes a essa proposição, porque convivem no mesmo espaço os segmentos já existentes, que buscam consolidar-se internamente, e, concomitantemente, "novos segmentos" com "novas demandas".
Essa fala se constitui em torno de um processo que se iniciou por e-mail, pelo menos um mês antes da realização do encontro. Nos e-mails conformou-se uma espécie de fórum informal, em que se discutia sobre a possibilidade ou não da inclusão das trans, impulsionada por uma carta destas, na qual pediam que as feministas abrissem a possibilidade para sua participação no 10º Encontro. Esses e-mails circularam por redes informais e foram sendo repassados de forma tal que não foi possível ter a real dimensão de quantas mulheres efetivamente tiveram acesso à discussão. Porém, ao chegar à "cidade das mulheres", de uma forma ou de outra se recebia, nas conversas informais, informações sobre a existência da polêmica, fato esse explicitado na fala de abertura da organização, conforme exposto no parágrafo anterior.
Este artigo discute o sujeito político do feminismo na interface com as noções de democracia e autonomia, a partir da etnografia do 10º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado no ano de 2005, em São Paulo, importante seara de constituição dos pensamentos e ações do movimento feminista no Brasil e na América Latina. São questões do movimento aqui trabalhadas: a) o que une e o que separa as mulheres em torno de um movimento - pluralidade, diversidade e busca de uma linguagem e de uma identidade que agregue os diversos interesses; e b) como se dá a busca por legitimidade e inclusão dentro dessa esfera.
O que são as ondas do feminismo?
A história do feminismo no Brasil e no mundo só pode ser contada pela trajetória de inúmeras mulheres que dedicaram a vida à luta pela igualdade de gênero e foram decisivas na conquista dos direitos de que usufruimos hoje. Conheça algumas delas:
A causa feminista buscou embasamento em diversos escritores e escolas filosóficas, mas foi no feminismo francês que buscou maior inspiração. Simone de Beauvoir importante escritora francesa e ativista política, inclusive dos direitos femininos foi uma das grandes influenciadoras do movimento.