Porque A Depresso Considerada O Mal Do Sculo 21?

Porque a depresso considerada o mal do sculo 21

Nunca se falou tanto de saúde mental, especialmente de depressão. O transtorno estampa capas de revistas, é assunto de telejornal e debatido em posts nas redes sociais. A extensa discussão em torno da doença aflora a sensação de que há uma epidemia em curso.

Dúvidas Frequentes

Realmente, a discussão em torno da depressão é maior e mais complexa hoje. Várias celebridades expuseram que já lutaram uma batalha contra a doença, do youtuber Whindersson Nunes à cantora Adele, passando pelo ator Jim Carrey. "Antes a psicofobia, que é o preconceito contra as pessoas que têm transtornos e deficiências mentais, era maior", diz Ana Paula Carvalho, psiquiatra e coordenadora da Liga da Depressão do HC da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Segundo a especialista, o fato de ter muita gente famosa revelando que luta contra a depressão tem impacto maior do que qualquer médico falar na TV ou em um livro sobre a doença.

Mas se o transtorno mental é discutido há séculos, por que temos a impressão de que ele é algo recente? É nesse momento que os especialistas começam as discordar. Enquanto alguns sugerem que a depressão só deixou de ser um tabu recentemente e, portanto, mais pessoas foram em busca de tratamento e diagnóstico, outros argumentam que a vida moderna, cercada de imposições em ser feliz, bem-sucedido e estar o tempo todo conectado, sem qualquer aproveitamento do tempo presente, elevou o número de pessoas com o transtorno.

Quem defende a tese de como a sociedade atual favorece a depressão, ainda argumenta que, por mais que não existam mais guerras mundiais, as economias locais andam bagunçadas e com números altos de desemprego, aumento da desigualdade social, falta de acesso a tratamentos médicos, à educação, uso precoce de álcool e drogas e crescente urbanização.

Leia com a gente!

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Ainda há a teoria de que o corpo humano não evoluiu conforme o mundo. Ele é preparado para a época das cavernas, quando caçávamos, passávamos tempos sem comer. Diante da oferta que temos de alimentos, não temos que caçar, aumenta resposta inflamatória do organismo e chances de ter depressão e/ou obesidade aumenta.

Segundo eles, desde que a terceira versão do DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria) foi publicada em 1980, a psiquiatria se baseou principalmente em uma lista de sintomas para sua definição de transtorno depressivo. Então, alguém que tem cinco sintomas de uma lista que inclui humor deprimido, perda de interesse em atividades habituais, insônia, fadiga, apetite diminuído, incapacidade de se concentrar e sintomas semelhantes por um período de duas semanas é considerado como tendo um transtorno depressivo.

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Do lado de quem não acredita que esse aumento de fato da depressão exista, há a crença de que o que realmente mudou foi a definição da doença. "Desde 1980, a psiquiatria e as outras profissões de saúde mental usaram uma definição de depressão que confunde o transtorno depressivo genuíno com estados de tristeza intensos, mas normais", escrevem os autores de "A Perda da Tristeza".

A depressão deixar de ser um tema polêmico tem relação com o aumento nos números de casos. Entretanto, a vida moderna também pode estar por trás desse "boom" em torno do transtorno. Há uma série de aspectos que servem de gatilho para seu desenvolvimento. "O ritmo de vida, a falta de qualidade do sono, de exercícios físicos, o excesso de trabalho e o uso excessivo das redes sociais são apenas alguns dos fatores que podem contribuir para o aparecimento da doença e todos eles estão fortemente presentes entre as pessoas nos dias atuais", diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Apal (Associação Psiquiátrica da América Latina) e superintendente técnico e diretor da ABP.

Jair de Jesus Mari, chefe do departamento de psiquiatria e psicologia médica da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que Salomão, que teria se tornado o terceiro rei de Israel (966 a 926 a.C.), tem sua depressão descrita no livro de Eclesiastes, presente na Bíblia, onde conta como deixou de ver a graça do mundo ao seu redor. Mari ainda recorda que a primeira edição do livro "A anatomia da melancolia", escrito por Robert Burton, apareceu em 1621 no Reino Unido.

Depressão não é o mal do século ?

Depressão não é o mal do século ?

A falta de apoio às pessoas com transtornos mentais, juntamente com o estigma e a vergonha associados a eles, são barreiras de acesso ao tratamento. Os números e o falatório sobre a depressão são, de fato, para causar alarme. "Estes novos números são um sinal de alerta para que todos os países repensem as suas abordagens à saúde mental e tratem-na com a urgência que merece", diz Margaret Chan, ex-diretora-geral da OMS. Independentemente de seu crescimento ou não, é importante falar sobre ela.

Aline Costa – Psicóloga Clínica. Formada em Psicologia pela UMESP, Mestre em Psicologia da Saúde pela UMESP, Coach Vocacional formada pelo Instituto MS, Palestrante e Pesquisadora em temas relacionadas ao Ciclo Gravídico Puerperal. Apresentadora do programa “Provocação Produtiva” na rádio do Advogado Catarinense, e membro da equipe interdisciplinar da CLIA Psicologia, Saúde & Educação – CRP- 06/126231.

Para Mari, entretanto, não houve uma diferença significativa no ponto de corte para se determinar o diagnóstico de depressão do DSM—III ao DSM-V, nem do CID10 para o CID11, que são os manuais atuais que determinam os critérios e diretrizes para se fazer um diagnóstico de depressão.

FAQ CLIA

O número de casos está aumentando? Sim. Está se falando mais dela e, portanto, mais pessoas são diagnosticadas? Sim também. Não há como saber se a depressão de fato é o mal do século, mas com certeza a doença faz parte de uma lista de problemas que atingem grande parte da população.

Segundo o livro "A Tristeza Perdida" (Editora Summus) escrito por Allan Horwits, professor de sociologia na Rutgers University, e Jerome Wakefield, professor de trabalho social na Universidade de Nova York, a taxa de transtornos depressivos na população não sofreu um aumento generalizado. O que mudou foi o crescente número de pessoas que buscam tratamento para essa condição, o aumento das prescrições de medicamentos antidepressivos, o número de artigos sobre o tema na mídia e literatura científica e a crescente presença da depressão como um fenômeno na cultura popular.

Fraqueza não! Muita força

Estamos acostumados a ouvir que a depressão é o “mal do século”, mas será que esta expressão esta correta? Convido você á refletir um pouco sobre este transtorno emocional que acomete milhares de pessoas ao redor do mundo. Segundo os dados oferecidos pelo IBGE, a depressão atinge cerca de 7% da população mundial, e embora 7% pareça ser um dado inexpressivo, essa porcentagem representa cerca de 400 milhões de pessoas, e quando se trata da realidade brasileira, a depressão atinge 7,6% de brasileiros, representando cerca de 11 milhões de pessoas.

Há uma crítica forte em relação ao DSM. Mas a depressão como doença que vai pegar uma serie de sinais e sintomas em que você vai fazer a história do paciente de maneira adequada e não são os critérios do DSM que determinam se a pessoa tem ou não depressão, segundo Carvalho. "Tem a ver com sofrimento e impacto na vida dela. Tem depressão que não tem tristeza. São coisas diferentes que podem estar ligadas ou não."

"Burnout não é o fim"

Se fizermos uma análise da perspectiva histórica do ser humano, segundo a proposta do saudoso Prof. Ryad Simon, que atuava no departamento de Psicologia da USP, ao nascer, os fatores internos e externos ao indivíduo são geralmente positivos, mantendo o sujeito com força de vida, e com oportunidades favoráveis, desde que os fatores não se inclinem para o lado negativo,  para as perdas e dificuldades, no entanto, a medida que os anos passam, as pessoas crescem e começam a enfrentar dificuldades, as forças de vida se reduzem, de forma que o vigor físico e psíquico se debilitam.

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Ibope em agosto desse ano, 53% das pessoas entre 18 e 24 anos acredita que a maioria dos antidepressivos não funciona ou não sabe opinar sobre isso. 57% dos brasileiros de todas as faixas etárias acha que o psicólogo é o profissional mais adequado para o quadro. Além disso, 44% das pessoas não falaria sobre a depressão no trabalho.

Em um relatório apresentado em 2017, a OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, quase a população dos Estados Unidos. No Brasil, os números chegam a 11,5 milhões. Em 2030, ela será a doença mais comum, de acordo com o órgão.

O que você sabe sobre o mal do século?

A ansiedade faz parte da vida da maioria da população, inclusive é considerada o mal do século. É uma emoção vaga, desagradável, que traz medo e tensão. Ela pode ser gerada por uma situação de risco ou ameaça e prepara o organismo para tomar atitudes que possam prevenir ou diminuir os possíveis prejuízos.

Qual foi o poeta que mais se deixou contagiar pelo mal do século?

Álvares de Azevedo

Quais os três principais autores da geração mal do século e suas respectivas obras?

Entre as principais obras da geração do Mal do Século estão: Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo (1831 - 1852), As primaveras, de Casimiro de Abreu (1839 - 1860), Inspirações do claustro, de Junqueira Freire (1832 - 1855), Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe (1749 - 1832), entre outras.

Quais outros poetas românticos do Brasil também tiveram influência de Lord Byron é do mal do século?

Resposta: No Brasil, o poeta influenciou a segunda fase do romantismo, ou geração do mal-do-século. Inspirado por Lord Byron, Álvares de Azevedo foi um dos principais nomes do período, que ficou marcado pelo pessimismo, pela melancolia e fuga da realidade.

Quem foi Lord Byron Gonçalves Magalhães Gonçalves Dias Shakespeare?

Lord Byron (1788-1824) foi um importante poeta do século XIX, um dos principais representantes do romantismo inglês, criador de personagens sonhadores e aventureiros que desafiavam as convenções morais e religiosas da sociedade burguesa.

O que significava a morte para os românticos e principalmente para os Ultrarromânticos?

O arrebatamento pessimista e o desejo de morte. Amor e morte, medo e solidão, culto a uma natureza sombria, idealização absoluta da realidade: os poetas da segunda geração romântica levaram a extremos a expressão de sentimentos contraditórios, vividos pela maioria deles de modo atormentado.