A Cricotireoidostomia cirúrgica é o estabelecimento de uma abertura através da membrana cricotireóidea e a colocação de um tubo de traqueostomia ou tubo endotraqueal (TET) com balonete na traqueia. O procedimento faz parte do que chamamos de via aérea (VA) avançada ou VA definitiva, que é definida como um tubo endotraqueal com o balão insuflado abaixo das cordas vocais. Na emergência, a cricotireoidostomia é empregada principalmente nos casos de via aérea falha por não consigo oxigenar.
Fazer incisão na pele diretamente sob o local de inserção do fio-guia (se não tiver sido feito anteriormente) para facilitar a passagem do dilatador rombo e da via respiratória, que são avançados juntos na traqueia. Direcionar cuidadosamente o dilatador ao longo do fio-guia. Antes de prosseguir, certificar-se de que o fio-guia passa pelo dilatador e que a extremidade proximal do fio é controlada (para que o fio-guia não se perca dentro das vias respiratórias).
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
Uma via aérea definitiva implica em uma sonda endotraqueal com balonete (“cuff”) insuflado, conectada a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida de oxigênio, e mantida em posição por meio de fixação apropriado.
Cricotireoidotomia é uma incisão através da pele e da membrana cricotireóide durante certas situações de emergência. Já a traqueostomia, demanda mais destreza e é realizada como um procedimento eletivo para garantir a via aérea do paciente.
Em geral, a cricotirotomia é vista como uma ponte para uma traqueostomia mais permanente, que tradicionalmente é feita 72 horas após a cricotirotomia de emergência inicial. Considera-se que a conversão em traqueostomia diminua o risco de estenose subglótica; mas não há evidências fortes na literatura que corroborem o uso mandatório dessa conversão.
Identificar a membrana cricotireoidea. Mova o dedo caudalmente a partir da proeminência laríngea (a parte mais proeminente da cartilagem tireóidea anterior) até sentir a membrana cricotireóidea, palpável como um afastamento entre a extremidade caudal da cartilagem tireóidea e a cartilagem cricoidea.
A membrana cricotireóidea deve ser prontamente identificável porque com a técnica de fio-guia muitas vezes não é feita qualquer incisão cutânea inicialmente. Distorções anatômicas tornam a membrana cricotireoidea menos identificável.
As principais complicações relacionadas à cricotireotomia são: broncoaspiração, criação de falso trajeto nos tecidos, estenose ou edema subglótico, estenose de laringe, hemorragia ou formação de hematoma, perfuração do esôfago e da traqueia, enfisema de mediastino e paralisia de cordas vocais, causando rouquidão9.
A membrana cricotiroidea pode ser penetrada por pequenos vasos sanguíneos, usualmente situados na sua junção com as cartilagens tireoide e cricoide. O tamanho da membrana varia, nos adultos, entre 22 e 33 mm de largura e entre 9 a 10 mm de altura.
O paciente fica deitado em decúbito dorsal, com o pescoço estendido. Após a preparação estéril, a laringe é segurada com uma das mãos enquanto uma lâmina é usada para incisar a pele, o tecido subcutâneo e a membrana cricotireoide precisamente na linha média, acessando a traqueia. Um tubo é usado para manter aberta a via respiratória.
A cricotireoidostomia se estabeleceu como a via aérea cirúrgica de emergência de eleição no cenário "impossível intubar, impossível ventilar" em virtude de sua simplicidade técnica.
Cricotireotomia com agulha, um método temporário que usa um angiocateter de calibre 12 a 14 acoplado a dispositivo com ambu (ou um ventilador a jato se disponível), é o método de cricotireotomia preferível para crianças < 10 anos de idade. Esse aparelho pode ser facilmente montado anexando o angiocateter a uma seringa de 3 mL com o êmbolo removido. Um adaptador de tubo endotraqueal (ET) de 6,5 mm é então acoplado à seringa e o paciente é ventilado usando um ambu conectado ao adaptador de tubo ET.
Além de saber indicar e contraindicar, é indispensável ao médico (e ao acadêmico) conhecer sobre as complicações do procedimento. Podemos dividir as complicações em precoces e tardias:
A Cricotireoidostomia está indicada quando se verifica a incapacidade de Intubação Orotraqueal, no traumatismo facial grave, na hemorragia traqueobrônquica persistente, na distorção anatômica devido ao trauma no pescoço e, na incapacidade de visualização das cordas vocais, devido ao acúmulo de sangue e às secreções, ou ...
A cricotireotomia cirúrgica é uma forma de VA avançada. É empregada principalmente nos casos de via aérea falha por não consigo oxigenar. É indispensável saber suas indicações, contraindicações, técnica e complicações.
R – Radiação (e outra deformidade ou fibrose): A radioterapia prévia pode causar distorção e fibrose dos tecidos, dificultando o procedimento.
Cricotireoidotomia é uma incisão através da pele e da membrana cricotireóide durante certas situações de emergência. Já a traqueostomia, demanda mais destreza e é realizada como um procedimento eletivo para garantir a via aérea do paciente.
A membrana cricotireoidea está entre a cartilagem tireoide e a cartilagem cricoide. A membrana tem cerca de 1 cm longitudinalmente e 2 a 3 cm transversalmente. As cartilagens traqueais se estendem caudalmente da cartilagem cricoide à incisura esternal.
Dissecar mais o local conforme necessário para facilitar a passagem do dispositivo através dos tecidos até chegar na traqueia. Se a resistência à passagem é significativa, tentar usar força suave, mas constante, girar a unidade à medida que avança e usar dissecção adicional se necessário. Completamente inserido, deve-se alinhar o canhão e a flange do catéter de vias respiratórias rente à pele.