Apesar de ter “nascido em 2004”, o podcast não teve sucesso imediato. Em 2008, o formato teve uma crise e quase foi extinto. Marcelo Kischinhevsky aponta isso ocorreu também pelo formato ter surgido “antes do tempo”. Para ele, por volta de 2013, houve uma nova valorização do formato: Plataformas de financiamento coletivo e principalmente a expansão dos smartphones ajudaram no crescimento.
A Rádio Nacional transmite o confronto entre o Cruzmaltino e o Tricolor de Porto Alegre, ao vivo a partir das 18h30 (horário de Brasília) deste domingo (3).
Wanderley Nogueira, jornalista e diretor de Esportes da Jovem Pan, cita que a “ida para internet” causou espanto, mas foi bem-sucedida. “Foi um "espanto" para todo mundo naquele momento. O tempo passou e esse recurso é seguido por emissoras de todo o país”, afirma.
Assim como o álbum de estreia do QOTSA, o primeiro disco do System Of A Down também marcaria uma mudança de paradigmas do mainstream daquela época. A crítica reagiu com empolgação diante da “estranheza” da música do System: soava como metal, mas era diferente de tudo o que as pessoas estavam ouvindo naquele momento. O jeito de cantar de Serje Tankian era afiado e rápido, mas eles não tinham nenhuma influência do hip hop, como aconteceram com bandas contemporâneas – que mais tarde seriam taxadas como “new metal”. As guitarras eram potentes, mas se focavam menos em riffs virtuosos e mais nos acordes pesados e bem elaborados de Daron Malakian. No meio disso tudo, também era perceptível a leveza de instrumentos como cítara e a fusão de jazz com heavy metal, além da tradicional música da Armênia – de onde os integrantes são descendentes.
Ao contrário do rádio na internet, transmitido ao vivo, o podcast passou a permitir que os ouvintes baixassem um conteúdo e o escutassem no momento em que quisessem. Em um tempo no qual o acesso à web era limitado e as pessoas não estavam 100% do tempo conectadas, era uma saída para se consumir conteúdo. “O podcast traz no seu início, na primeira onda, uma expectativa de uma liberação do ouvinte no sentido de que todo mundo poderia escolher quando e o que iria ouvir”, diz o professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcelo Kischinhevsky.
Mas a grande “lenda” do disco ficou a cargo da faixa Without You I’m Nothing, que tinha um fã notório: ninguém menos que David Bowie. Ele era tão fã que chegou a pedir para participar de uma versão da música. A parceria surpreendente virou um single, que foi comercializado logo após o álbum e ganhou versão remasterizada após a morte do cantor, como forma de homenagem.
Marcelo Abud também pensa desta forma. “Eu acredito que para a gente entender se podcast é rádio ou não, vale a reflexão do que é o rádio hoje. O que conta ou não para que seja uma transmissão de rádio é o fato de o som ser a essência deste conteúdo, e o podcast tem por essência o som”, afirma.
Ela relembra que o rádio já sobreviveu à chegada da TV e que o processo se repete neste início de século XXI. “Daqui a 100 anos o rádio continuará a existir, sempre tendo o som como elemento definidor”, completa.
Apesar deste crescimento, a “primeira era” das webrádios enfrentou barreiras tecnológicas. “No começo dos anos 2000 a internet ainda é uma grande novidade. Os smartphones não existiam e a banda larga começava a dar os primeiros passos, ainda tímidos, era uma fase de transição entre a conexão discada e o acesso rápido”, conta o jornalista e pesquisador Bruno Micheletti.
Uma das rádios “tradicionais” que tem se utilizado do formato é a Jovem Pan, que tem se destacado por transmissões no YouTube. No segmento esportes, a rádio tem um canal do YouTube desde 2015. A página tem cerca de 3,4 milhões de seguidores e 1,6 bilhão de visualizações desde então.
Em meio ao boom do formato, há um debate entre especialistas: podcast pode ser considerado rádio? Para Marcelo Kischinhevsky, trata-se, sim, de um formato radiofônico com características próprias. “Não é porque não é feito ao vivo, é um conteúdo sob demanda, ele pode ser ouvido em qualquer local, a qualquer momento, que vai deixar de ser rádio”, afirma.
Mensagem da Cúpula Social é de fortalecimento da integração entre os povos por meio da participação popular, diz a secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio.
Mas a “estranheza” ficava a cargo de quem estava acostumado com os produtos fonográficos vindos dos EUA e de parte da Europa. O System, na verdade, apresentou ao mundo a estética do metal da Armênia, que já tinha uma cena consolidada, mas nunca recebeu a atenção merecida. E os integrantes carregavam o país de origem não apenas na sonoridade, mas como ideologia: músicas como Know e o clipe de Sugar marcam bem a mensagem política a favor da liberdade daquele país e contra o imperialismo norte-americano.
Desejo de ter Paula Tavares nos encontros se deu porque já estava na hora apresentar ao público brasileiro a principal voz poética feminina de Angola, diz curadora Suzana Vargas.
Uma das rádios online existentes é a Rádio Edison. Voltada a apreciadores do jazz e (como se descreve) “música de qualidade”, a emissora online foi fundada por Edison Silva, que enumera as vantagens e acesso a webrádios.
Nair Prata também aponta que o som é elemento fundamental que define que podcast é, sim, rádio: “O elemento-chave do rádio continua sendo o som, só que agora com a agregação de novos signos nos campos textual e imagético gerados pela internet. Eu acredito que o conceito de rádio não deve estar atrelado a uma determinada tecnologia, mas que o rádio deve ser pensado como uma determinada proposta de uso social para um conjunto de tecnologias, cristalizada numa instituição”, afirma.
Logo, a banda ganhou uma base de fãs consolidada. E, além disso, abriam os olhos do mundo para um país que, apesar de ter estreitas relações com a Europa, sempre sofreu com o apagamento de sua cultura por parte das grandes potências. A veia política do System acabou sendo tão popular quanto a sua própria sonoridade. Logo, outras bandas seguiriam os mesmos passos.
Com um rádio migrando para plataformas digitais e sendo representados por novos formatos, fica um questionamento: qual é o futuro do rádio no Brasil? Para estudiosos sobre o tema, iremos, em 2122, sim, comemorar 200 anos de rádio no Brasil.
Em 1998, o grunge já não existia mais. As bandas taxadas como tal já começavam a perder lugar nas paradas de rock’n’roll. A indústria fonográfica começava a apostar em gêneros mais novos e interessantes para os jovens do fim do milênio, como o metal alternativodo Korn, o pós-punk do Offspring e Green Day ou até o pop-rock-meloso de bandas como o Counting Crows (lembra?). Com isso, as bandas que saíram do cenário de Seattle precisavam mostrar que se reinventaram para continuarem a tocar nos discmans dos jovens da época. E a banda mais bem sucedida nesta difícil missão foi, sem dúvidas, o Pearl Jam. Buscando influências no garage rock dos anos 70, a banda criou um disco inovador para a própria sonoridade da banda, e interessante em sua totalidade. Mas os méritos ficam com a ótima escolha das músicas de trabalho. Do The Evolution ganhou um vídeo marcante, até hoje lembrado como um divisor de águas na história dos videoclipes.