A Catarse é um conceito filosófico que significa limpeza e purificação. Esse conceito é muito amplo, uma vez que é utilizado em diversos ramos do conhecimento: artes, psicologia, medicina, religião, educação, dentre outros.
Os psicanalistas franceses J. Laplanche e J. B. Pontalis, em seu Vocabulário de Psicanálise reparam essa injustiça, registrando: "Além dos efeitos catárticos que se encontram em toda a psicanálise... o psicodrama, segundo Moreno, é definido como uma libertação dos conflitos interiores por meio da representação dramática" (1976).
Dialogadas, interpretadas ou dramatizadas, as catarses sempre serão o medium/medius que permitirá as intervenções pontuais, responsáveis pelo tratamento possível e pela cura desejada. Só após a catarse é que os analistas da mente humana terão recursos de "massa crítica" para completar a sua função terapêutica, principalmente mostrando o recalcado e permitindo a eclosão do sujeito de que nos fala Lacan (1998).
O quantum de afeto ab-reagido proporcionaria o efeito catártico. Por isso se diz catarse de ab-reação ou catarse da ab-reação, inaugurando o "método catártico" que foi usado entre 1880 e 1895 na terapêutica psicanalítica. Levi-Strauss (1973), em seu artigo clássico – A eficácia simbólica – denomina os xamãs, os psicanalistas e os psicoterapeutas de modo geral de "ab-reatores profissionais".
Ou seja: é muito melhor ter um estilo de vida emocional no qual possamos liberar nossas emoções, do que chegar a um ponto em que acumulamos tantas que precisamos liberá-las de uma só vez.
Temos usado, muitas vezes, a palavra integração de forma isolada, o que nos leva para outros caminhos. Por aí podemos falar em integração mente versus corpo, individual versus social, dentro versus fora, prática versus teoria, inconsciente versus consciente, grupo versus indivíduo, subjetivo versus objetivo, todo versus parte, fantasia versus realidade, corpo versus espírito e outras combinações. São relações propiciadoras de catarse de integração. Mas não são a catarse de integração.
Ouçamos Boris Cyrulnik (2005): "A ação de narrar permite à pessoa se constituir em sujeito íntimo (para o grupo que o acolhe) e a narração convida a assumir seu lugar no mundo humano ao compartilhar (e representar) a sua história."
O vocábulo tem sido usado na religião, na medicina e na filosofia da Grécia antiga, no sentido de expulsão daquilo que é estranho à essência ou à natureza de um ser e que, por esta razão, o corrompe e o adoece.
Por outro lado, e ao contrário deste ponto de vista, existe uma corrente que defende (ou pelo menos desculpa) a violência nos meios de comunicação. Para os defensores dessa visão, a disseminação da violência na mídia funciona como uma forma de catarse, conhecida como “teoria da catarse”. Por exemplo, de acordo com a teoria catártica, cenas violentas na televisão seriam uma forma de liberar a agressividade que aninha o telespectador.
A catarse consiste em induzir um estado semelhante à hipnose e expor o paciente a cenas traumáticas, para que ele possa liberar todas essas emoções que, segundo os psicanalistas, ele havia ancorado no subconsciente e produzido seu desconforto.
A descoberta essencial de Freud foi a de que a relação afetiva entre paciente e terapeuta era a mais poderosa arma na possibilidade de tratamento e cura, suplantando a sugestão hipnótica, o discurso moralista e a catarse de ab-reação.
LAGACHE, D. A transferência. São Paulo: Martins Fontes, 1992. [ Links ]
Catharsis of integration is an original concept developed by J.L. Moreno for the psychological and social sciences. Based in and emerging from the dramatic action, it refers to an affective-emotional ab-reactive response that is produced and expressed during an operative or therapeutic piece of work with group dynamics. In Moreno's view it is fundamental that we understand this as a dialectic phenomenon: mental catharsis anchored in the dramatic action and dramatic action anchored in mental catharsis. In order to further our understanding of this issue, it is necessary to make a digression around the historical connotations of the underlying theory. It is this that this paper aims to do.
Pela "direção" do trabalho grupal, o terapeuta psicodramatista propicia ao grupo ou ao indivíduo dentro do grupo a possibilidade de vivenciar a "catarse de integração", em que sujeito e grupo terão a percepção afetiva e intelectual da situação em que estão envolvidos, não pela intromissão da "interpretação comunicada", mas pela evidência que o drama ali desvelado lhes impõe.
LACROIX, M. O culto da emoção. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. [ Links ]
Catarse coletiva ou grupal – seria a que perpassa o grupo, mobilizando- o integralmente. Trata-se de catarse psicodramática ou sociodramática por excelência. Ela é que configura a catarse de integração.
Da psicologia social, foi usado para defender que o conteúdo violento e agressivo poderia ser um elemento altamente prejudicial para o crescimento pessoal das crianças e estimular o desenvolvimento da violência na infância.
A catarse como processo de cura emocional através da psicanálise era defendida por Sigmund Freud, que integrou os estudos sobre hipnose, já desenvolvidos pelo austríaco Joseph Breuer, nas suas análises sobre a influência das memórias do inconsciente no comportamento humano.
Acredito que espontaneidade e criatividade, fenômenos primários e positivos, como propõe Moreno, desvinculado da libido ou de qualquer outro impulso animal, possam estar no mesmo nível de importância da liberdade ontológica, com ela confundir-se, ou, quando menos, ser dela um aspecto importante.
Keywords: Catharsis, integration, dramatic action, ab-reactive response, catharsis of integration, affective-emotional phenomenon.
As pessoas geralmente nos ensinam que não é certo chorar em público ou que as pessoas nos veem emocionalmente mal. Muitas vezes tentamos dar uma imagem de força e bem-estar aos outros, sem mostrar nossas fraquezas.
Catarse de ação – seria o fenômeno catársico exposto através do movimento e dinâmica de ação do drama estabelecido no contexto psicodramático, mas sem caracterizar ainda a catarse de integração, por ocorrer com indivíduos isolados.
Aristóteles (1997) foi o primeiro, em sua obra Arte poética, a adotar o termo catarse (katharsis) para tratar do fenômeno estético como “libertação”, “serenidade” ou “calma” dos sentimentos. Através da catarse opera-se a depuração de duas paixões, que os gregos consideravam como negativas, a saber, o medo e a piedade.
A Estética, também chamada de Filosofia da Arte, é uma das áreas de conhecimento da filosofia. Tem sua origem na palavra grega aisthesis, que significa "apreensão pelos sentidos", "percepção".
Para esta perspectiva, a única finalidade que o artista deve ter é produzir e criar uma obra genuína e realmente artística. ... 2 - Em Aristóteles, a arte está ao serviço da moralidade. A arte tem como principal função a melhoria moral dos seres humanos.
Na filosofia aristotélica a Política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na pólis) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da pólis).
Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural.